Na placidez da escuridão,
Vou iluminando ecos de desconfiança,
Avisto idêntica alma,
Em horas de boa temperança.
São primeiras, as horas do dia,
E a noite, ainda, é menina,
Dialogo no desalento,
Que vida a minha? Vida libertina!
Seguem-se instantes de sedução,
E daí à tentação...um momento!
– Quem és tu, afinal? –
Esposa minha, és um sopro do vento.
Fomos Eu e Tu, a uma só voz,
Num só cântico de amor e devoção,
Alma minha em noite escura és,
Doce vulto, meretriz, senhora de convicção!
A alva já desponta, eis o raiar do dia,
– E nós, brilhante rainha? –
Embriagados pelo calor da lucidez,
Adúlteros à razão. Que vida a minha!
Na escuridão, hoje, fui gato vadio,
E Tu senhora do meu almejo?
O calor, a atracção, em minha alma aludiu,
À fraqueza de nossa alma...por desejo!
2 comentários:
Simplesmente lindo João... Deixas-me a um canto!
Um talento escondido atrás dos livros de direito, da prancha, e dessa maneira intensa de viveres a vida! vai em frente...o meu apoio esse terás sempre!
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