sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

I'm your zero

Emptiness is loneliness, and loneliness is cleanliness
and cleanliness is godliness, and god is empty just like me.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

There's something about Seattle...

"(...) But we are an elite race of our own
The stoners, junkies, and freaks."




(junkhead, Alice in Chains)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Pronto Ernest, dou-te uma última oportunidade de te redimires...


Só para não dizerem que desprezo um nobel da literatura por pura embirração. Mas digo-te já, Nestinho querido, é a última vez! Tiveste o condão de me fazer desistir de um livro a meio, e olha que isso é inédito. Espero bem que tenhas dado folga à guerra, parado com os romances lamechas e decidido escrever diálogos com alguma espécie de nexo remoto. Vá... pelo menos finge que as personagens estão a conversar uma com a outra não?


- Bom - disse ele. - Eu amo-te e a minha profissão pode ir-se embora gentilmente.
- Deixa-me agarrar a tua mão - disse ela. - Está bem. Podes pô-la sobre a mesa.
- OBrigado - disse o Coronel.
- Não digas isso, por favor - disse ela. - Queria senti-la porque durante a semana passada, todas as noites, ou acho que todas as noites, sonhei com isso, e foi um sonho muito confuso e sonhei que era a mão de Deus.
- Isso é mau. Não devias fazer isso.
- Bem sei, mas o sonho foi assim.
- Não estás a gozar, pois não?
- Não percebo o que queres dizer e, por favor nao te rias de mim quanto te digo uma verdade. Sonhei mesmo o que disse.
- O que fazia a mão?
- Nada. Ou talvez nada disto seja verdadeiro. Mas era quase sempre uma mão.
- Era igual a esta? - perguntou o Coronel, olhando com desgosto a mão deformada e recordando-se das duas ocasioes que a tinham feito assim.
- Não era igual: era essa. Posso tocar-lhe com os dedos se por acaso não dói?
- Não dói. Onde dói é na cabeça, nas pernas e nos pés. (...)
- Não gosto de olhar para ela. Não achas que a podiamos esquecer?
(...)
- Agora que já lhe toquei cuidadosamente podemos falar de coisas divertidas, se quiseres. Que há para aí de engraçado que se possa falar?
- Vamos olhar para as pessoas e discutir sobre elas.
- Isso é adorável.
(de "Na outra margem, entre as árvores")



Confessem lá que não vos apetece voltar atrás no tempo e darem-lhe com o nobel na testa?

sábado, 1 de dezembro de 2007

"There are more things in heaven and earth, Horatio, than are dreamt in your philosophy"




- Nós preferimos fazer as coisas com todo o conforto.
- Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o autêntico perigo, quero a liberdade, quero a bondade, quero o pecado.
- Em suma (...) você reclama o direito de ser infeliz.
- Pois bem, seja assim! - respondeu o Selvagem em tom de desafio. - Reclamo o direito de ser infeliz.
- Sem falar no direito de envelhecer, de ficar feio e impotente, no direito de ter a sífilis e o cancro, no direito de não ter de comer, no direito de ter piolhos, no direito de viver no temor constante do que poderá acontecer amanhã, no direito de apanhar a febre tifóide, no direito de ser torturado por indizíveis dores de todas as espécies.

Estabeleceu-se um longo silêncio.

- Reclamo-os a todos - disse, por fim, o Selvagem.

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Mais um livro que vai para a gaveta dos livros que tornaram as viagens de comboio diárias para Lisboa mais fáceis. In your face, Hemingway.

domingo, 25 de novembro de 2007

I'd f*ck you so I could feel something instead of nothing at all


You are the church, and I am the steeple
When we fuck, we are all God's people





(Com este zum-zum todo acerca do concerto de Marilyn Manson em Portugal, deu-me vontade de ir ao baú das recordações e puxar um par de temas que me ficaram. Sempre achei este homem um palhaço, mas não deixa de ser interessante... e com músicas simplesmente do além. É mais do que posso dizer dos palhaços que conheço.)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Quero passar a língua pelas arestas do mundo...

... sentir-lhes as formas, tormar-lhes o gosto. Sentir o podre da humanidade desfazer-se contra o céu da minha boca.





(Foi o que pensei hoje no comboio quando vinha para casa...e se eu pudesse provar o mundo inteiro? Um sabor a podre, acre... e talvez adocicado... num dia menos mau.)