quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Noite escura


Na placidez da escuridão,

Vou iluminando ecos de desconfiança,

Avisto idêntica alma,

Em horas de boa temperança.

 

São primeiras, as horas do dia,

E a noite, ainda, é menina,

Dialogo no desalento,

Que vida a minha? Vida libertina!

 

Seguem-se instantes de sedução,

E daí à tentação...um momento!

Quem és tu, afinal?

Esposa minha, és um sopro do vento.

 

Fomos Eu e Tu, a uma só voz,

Num só cântico de amor e devoção,

Alma minha em noite escura és,

Doce vulto, meretriz, senhora de convicção!

 

A alva já desponta, eis o raiar do dia,

E nós, brilhante rainha?

Embriagados pelo calor da lucidez,

Adúlteros à razão. Que vida a minha!

 

Na escuridão, hoje, fui gato vadio,

E Tu senhora do meu almejo?

O calor, a atracção, em minha alma aludiu,

À fraqueza de nossa alma...por desejo!

2 comentários:

FitnessGirl disse...

Simplesmente lindo João... Deixas-me a um canto!

Anónimo disse...

Um talento escondido atrás dos livros de direito, da prancha, e dessa maneira intensa de viveres a vida! vai em frente...o meu apoio esse terás sempre!