O Cansaço.
Um pedido de ajuda encoberto por palavras feias.
As corridas infindáveis por trilhas de terra batida.
As raivas gritadas escondendo medos de criança.
Um não-te-preocupes sem sinais de verdade.
«Água salgada por detrás de olhos cansados.»
As Lágrimas.
Que não caem, que não respiram, que encrostam.
Melancolias perdidas entre multidões de semelhantes.
Tecidos tingidos pelo vermelho que dói no meu corpo.
Mágoas desnecessárias.
«"Suicidar-se aos poucos é viver subitamente a morte todos os dias."»
O Tempo.
Que não cura de todo. Que não cicatriza nada. Que é surreal.
Os sonhos que adormecem a alma dormente.
A vontade de nunca mais acordar quando a manhã é anormalmente fria.
A distância entre eu e mim.
«Em que é me tornei?»
O Arrependimento.
A vontade de dizer que não se gosta de quem se é.
O impulso de insultar falsamente um desconhecido.
A necessidade humana que se confunde com fraqueza.
A verdade que teima em ser escondida.
«Já não quero ser sozinha. Ajudas-me?»
3 comentários:
Bem, Ana Isabel...muito bom!numa só palavra:genial!
Lágrima
Solta, perdida vai caindo em tons de dor,
Arde de frustração, na tentação e por fim no amor,
Leva-me contigo, de volta a esse lugar, que o sonho um dia me levou.
Que é céu e que é mar, mas que o desejo me dissipou!
És lagrima que chora...
João, és um achado! Definitivamente temos que trocar impressões...
Tens razão. O tempo não cura nada, não cicatriza nada. Só nós próprios é que o podemos fazer, mas o que acontece quando somos tão nada que nem isso conseguimos fazer? Acho que no fim nos tornamos o próprio tempo, passamos e vemo-nos passar vagarosamente até um fim que gostávamos que estivesse mais perto.
Gostei*
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