- Nós preferimos fazer as coisas com todo o conforto.
- Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o autêntico perigo, quero a liberdade, quero a bondade, quero o pecado.
- Em suma (...) você reclama o direito de ser infeliz.
- Pois bem, seja assim! - respondeu o Selvagem em tom de desafio. - Reclamo o direito de ser infeliz.
- Sem falar no direito de envelhecer, de ficar feio e impotente, no direito de ter a sífilis e o cancro, no direito de não ter de comer, no direito de ter piolhos, no direito de viver no temor constante do que poderá acontecer amanhã, no direito de apanhar a febre tifóide, no direito de ser torturado por indizíveis dores de todas as espécies.
Estabeleceu-se um longo silêncio.
- Reclamo-os a todos - disse, por fim, o Selvagem.
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Mais um livro que vai para a gaveta dos livros que tornaram as viagens de comboio diárias para Lisboa mais fáceis. In your face, Hemingway.
1 comentário:
e é esse o admirável mundo novo :)
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